Transplante Renal – Conheça mais sobre esse tratamento
O Transplante Renal é uma das opções de tratamento para pacientes portadores de Doença Renal Crônica (DRC) fase terminal. Existem 2 outras opções de tratamento que são a hemodiálise e a diálise peritoneal.
De um modo geral, o transplante fornece uma maior sobrevida ao paciente ao longo dos anos, quando comparado à diálise. Além disso, proporciona uma melhor qualidade vida, pois o paciente não terá mais que frequentar a clínica de hemodiálise três vezes por semana.
No entanto, a indicação do melhor tipo de tratamento depende de vários fatores como idade, causa da DRC, presença de outras doenças, entre outros. Converse com seu nefrologista para decidirem juntos qual a melhor opção no seu caso.
A DRC ocorre quando os rins começam a perder suas funções de maneira lenta, progressiva e irreversível. Várias são as doenças causadoras de DRC, sendo que a Hipertensão Arterial, o Diabetes e as Nefrites são as principais.
Sabe-se que a DRC pode evoluir para estágios avançados, mesmo com todo o tratamento para retardar sua progressão. Quando a filtração dos rins atinge 20 mL/min (Conheça os estágios da Doença Renal Crônica), o médico nefrologista já pode começar os estudos pré transplante.
O Transplante Renal é uma cirurgia que consiste na transferência de um rim de um doador (vivo ou falecido) para um paciente com doença renal crônica avançada, a fim de substituir a função renal perdida.
Para se realizar um transplante renal não é necessário fazer diálise antes. O paciente com DRC terminal que possuir um doador vivo saudável e compatível poderá ser submetido ao transplante, sem necessidade de iniciar a diálise.
Infelizmente, por ser uma doença silenciosa muitos pacientes acabam descobrindo a DRC já em estágios avançados, portanto, não conseguem realizar o transplante a tempo e são obrigados a começar a diálise.
- Quem pode ser um doador de rim ?
O transplante renal pode ser realizado a partir de rins de doadores vivos ou de doadores falecidos. Os doadores vivos podem ser parentes ou não, sendo necessária uma autorização judicial neste último caso.
Qualquer pessoa saudável maior de 21 anos pode ser um candidato à doação. Mas nem todas essas pessoas acabam concretizando a doação, algumas são descartadas por doenças diagnosticadas durante a investigação.
A idade de 21 anos é a mínima exigida por lei, porém muitos serviços de transplante não aceitam doadores menores de 30 anos, pois algumas doenças renais podem aparecer nesse intervalo dos 21 aos 30 anos.
O doador vivo deve realizar exames de sangue, urina e de imagem para assegurar que não possua nenhuma doença e que seus rins são saudáveis. Após a cirurgia, o doador passa a viver com apenas um rim, o que é perfeitamente compatível com uma vida normal.
Quando o doador vivo tem parentesco próximo com o receptor, os resultados do transplante são superiores aqueles que se obtêm com rim de doador falecido. Infelizmente não é todo paciente que possui um doador vivo como opção, nestes casos, realiza-se o transplante com doador falecido.
Já no caso de doadores falecidos, os candidatos são aqueles pacientes com morte cerebral que não possuam nenhuma doença renal ou que possa ser transmitida ao receptor. O diagnóstico de morte cerebral segue padrões rigorosos definidos pelo Conselho Federal de Medicina.
Após autorização dos familiares, os 2 rins são retirados do doador e colocados em 2 receptores diferentes. O sangue do doador será cruzado com o dos receptores da fila de transplante e receberá o rim aquele paciente que for mais compatível com o órgão disponível.
DOE ÓRGÃOS E SALVE VIDAS
Comunique sua família que você é um doador!
- Saiba mais sobre a lista de espera do transplante
Todo paciente que deseja receber um rim de doador falecido deverá estar inscrito na lista única de espera da Central de Transplantes do Estado onde será realizado o transplante.
De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), 19.556 pacientes estão na lista de espera para um rim de doador falecido no Brasil! (dados de setembro/2013)
De janeiro a setembro de 2013 foram realizados aproximadamente 4.000 transplantes renais no Brasil, sendo que 75% deles foram com doador falecido e o restante com doador vivo.
Infelizmente pode-se perceber que o número de transplantes realizados por ano é muito inferior à quantidade de pacientes que estão na lista de espera. A recusa de doação por parte da família e a falha de notificação de possíveis doadores de órgãos são fatores que contribuem para isso.
Todos os pacientes candidatos a um transplante renal, seja com doador vivo ou falecido, devem ser submetidos a um estudo antes da cirurgia, com o objetivo de preparar o receptor para receber o órgão transplantado.
Aqueles pacientes que apresentarem alguma alteração significante nos exames do estudo, primeiro deve-se resolver o problema para depois serem inscritos para transplante.
Os pacientes aptos para o transplante serão inscritos na lista e poderão ser chamados a qualquer momento.Por isso é muito importante manter o telefone atualizado para facilitar o contato quando surgir o órgão.
A lista de espera de rim não é por ordem de inscrição e sim por compatibilidade, ou seja, quando surge um doador são chamados para transplantar os pacientes mais compatíveis com aquele doador. O tempo na fila de espera conta apenas como critério de desempate.
- Doador Vivo – Veja como é feita a seleção
O doador vivo deverá ter idade superior a 21 anos, embora alguns centros de transplante coloquem 30 anos como idade mínima. O desejo de doar deve ser voluntário e sem interesses financeiros.
O primeiro exame a ser realizado é a tipagem sanguínea, que deverá ser compatível com a do receptor. Existem alguns Centros que conseguem realizar um tratamento para viabilizar o transplante entre pessoas com tipo sanguíneo não compatível, caso o paciente não possua nenhum outro doador.
O segundo passo é a realização da prova cruzada. A prova cruzada é um exame feito juntando-se o sangue do doador e do receptor para ver se ocorre reação.
Quando há reação, dizemos que a prova cruzada é positiva e o transplante não poderá se realizado. Significa que o paciente possui anticorpos contra aquele doador, aumentando muito o risco de rejeição após o transplante.
Caso não haja reação, falamos que ela é negativa e pode-se avançar com o estudo.
Existe um tipo de tratamento, chamado de dessensibilização, que pode ser realizado no receptor com prova cruzada positiva para tentar negativá-la. Poucos Centros de Transplante realizam esse tratamento por ter um custo muito elevado.
Junto com o exame da prova cruzada é realizada a tipagem HLA, para avaliar a compatibilidade dos tecidos entre doador e receptor. Cada indivíduo possui uma tipagem HLA específica e quanto maior a compatibilidade, menor o risco de rejeição após o transplante.
Então, o transplante ideal seria aquele realizado entre irmãos gêmeos idênticos, pois os dois possuem exatamente a mesma tipagem HLA. Como essa situação é rara, damos preferência para aquele irmão com o maior número possível de compatibilidades HLA.
Se não houver irmãos, são investigados pais e outros parentes de primeiro grau. Cônjuges são aceitos desde que casados por lei. Doadores não aparentados somente são aceitos em alguns Centros de Transplante e com apresentação de autorização judicial.
Após constatar tipo de sangue compatível e prova cruzada negativa, o doador será submetido a uma série de exames para avaliar sua saúde e a saúde de seus rins.
Se for descoberta alguma doença renal ou alguma outra que possa prejudicar seus rins no futuro, esse doador será descartado. Também será excluído o doador que apresentar alguma infecção que possa ser transmitida ao receptor através do transplante.
Confira aqui algumas doenças que impedem a doação:
- Hipertensão Arterial (“Pressão Alta”) mal controlada
- Diabetes
- Pedras nos rins
- Nefrites
- Infecções: Hepatite B, Hepatite C, HIV, …
- Conheça os exames do estudo pré transplante
Todos os pacientes candidatos a transplante são submetidos a um estudo com exames variados, cujo objetivo é preparar o receptor para a cirurgia e tratar eventuais problemas encontrados. O responsável pela realização desse estudo é o médico nefrologista.
O primeiro exame é a tipagem sanguínea, o sangue do receptor deve ser compatível com o do doador. As listas de espera de rim de doador falecido são divididas pelo tipo sanguíneo.
Em seguida, os pacientes deverão fazer a tipagem HLA, exame realizado nos glóbulos brancos do sangue. Cada indivíduo possui uma tipagem HLA específica, que será usada pela Central de Transplantes para avaliar a compatibilidade entre o receptor e um possível doador.
O paciente será submetido a exames de sangue e urina para afastar possíveis infecções. Se for diagnosticada alguma infecção, esta deverá ser tratada antes do transplante.
Uma avaliação cardíaca também é feita através de exames como RX tórax, Eletrocardiograma e Ecocardiograma. Pacientes com antecedentes de infarto no coração ou dor no peito ou aqueles de alto risco para doença coronariana como os diabéticos deverão realizar um cateterismo cardíaco.
Outro ponto importante na avaliação pré transplante é a realização de exames para afastar tumores. A maioria das medicações imunossupressoras estimula a multiplicação de um tumor, por isso deve-se tratar o câncer antes de fazer o transplante.
Portanto, mulheres deverão realizar mamografia ou ultrassom de mamas, Papanicolaou e ultrassom transvaginal para descartar tumores ginecológicos. Pacientes homens acima de 40 anos serão submetidos a uma avaliação da próstata pelo Urologista.
Em seguida, deve-se verificar se a via urinária do paciente está adequada para receber um rim funcionante. Pacientes em diálise que não produzem urina há algum tempo acabam evoluindo com uma bexiga de baixa capacidade.
Por último, pacientes que já tiveram cateter em veia femoral ou aqueles com pulsos femorais diminuídos, deverão realizar um ultrassom doppler de vasos ilíacos para avaliar se o fluxo de sangue está adequado. O enxerto renal será colocado nesses vasos ilíacos.
- Saiba mais sobre a cirurgia do Transplante Renal
O rim transplantado não é colocado no mesmo lugar que os rins nativos, portanto esses não necessitam ser retirados antes do transplante. Os rins originais do paciente somente serão extraídos em caso de infecção ou quando estão muito grandes (Doença Renal Policística).
O novo rim é implantado ao lado e um pouco acima da bexiga, um local de mais fácil acesso aos cirurgiões (Figura 1). Assim que todas as estruturas são ligadas (vasos sanguíneos, ureter), o rim já inicia seu funcionamento, começando a eliminar as impurezas do corpo.
O paciente pode urinar imediatamente após a cirurgia ou pode demorar alguns dias, às vezes semanas, até o rim começar a funcionar. Quando o rim é de doador falecido é mais comum ocorrer essa demora.
Durante a cirurgia será inserida uma sonda na bexiga com o objetivo de facilitar a eliminação de urina. A sonda é retirada entre o 5o e o 7o dia após o transplante na maioria dos casos, mas pode ser necessária sua manutenção por mais tempo.
Eventualmente, haverá também a colocação de um dreno (pequeno tubo) no corte da cirurgia, para eliminar sangue e líquidos acumulados. Assim que diminuir a saída desses líquidos, o dreno poderá ser retirado.
Quanto a cirurgia do doador vivo, ela é realizada quase ao mesmo tempo que a do receptor, em salas próximas, com duas equipes diferentes. Pode ser feita por via aberta ou por vídeo, sendo que a cicatriz na cirurgia por vídeo fica bem mais discreta.
- A recuperação no pós transplante
Após a cirurgia, inicia-se o período de recuperação do transplante renal, que geralmente dura de 5 a 7 dias. Eventualmente, o paciente necessita permanecer internado por mais tempo, pois seu rim ainda não começou a funcionar, situação comum quando o doador é falecido.
As medicações imunossupressoras já são iniciadas durante a cirurgia e continuadas no pós operatório. É muito importante que o transplantado tenha uma boa aderência a esses medicamentos, pois qualquer falha na tomada pode resultar em rejeição do enxerto.
O paciente só poderá ir de alta quando estiver urinando bem, sua função renal estiver melhorando e sem sonda na bexiga.
Após a alta hospitalar, o transplantado será acompanhado pelo nefrologista da equipe de transplante. Todo retorno o paciente deverá colher exames laboratoriais para avaliar a função do rim e de outros órgãos e ajustar a dose dos imunossupressores se necessário.
- Saiba mais sobre as medicações imunossupressoras
As medicações imunossupressoras ou imunossupressores são medicamentos que o paciente deverá usar continuamente após o transplante para evitar a rejeição.
Existem vários tipos de imunossupressores e a escolha do esquema mais adequado para o paciente será feita pela equipe de transplante.
Atualmente os esquemas são formados por 3 medicamentos que atuam em locais diferentes do linfócito T, inibindo sua ativação e proliferação. O linfócito T é uma célula de defesa do sistema imune e é uma das responsáveis pelo desencadeamento de uma rejeição.
Os imunossupressores devem sempre estar em níveis adequados no sangue, caso o nível fique baixo o paciente estará sob risco de uma rejeição, se estiver alto, estará mais susceptível aos efeitos colaterais das drogas.
Por isso, em toda consulta pós transplante é necessário realizar uma dosagem do imunossupressor no sangue. Se estiver fora da faixa normal, o médico irá alterar a dose do medicamento.
Efeitos colaterais mais comuns dos imunossupressores:
- Diarréia
- Toxicidade na medula óssea (onde são fabricadas as células do sangue)
- Hipertensão Arterial
- Diabetes
- Aumento do colesterol e triglicérides
- Aumento do ácido úrico
- Toxicidade para o rim
- Tremores
- Inchaço
- Perda de proteína na urina
- Retardo na cicatrização de feridas
- Toxicidade no fígado
O mesmo imunossupressor não irá causar todos esses efeitos colaterais, alguns efeitos são mais característicos de um medicamento do que de outro.
As consultas pós transplante são importantes para verificar se o paciente está apresentando algum desses efeitos e realizar um ajuste de dose ou até trocar o imunossupressor no caso de efeitos colaterais graves.
- Confira aqui as recomendações gerais após o transplante
- Restringir as visitas de parentes e amigos no início
- Evitar contato com pessoas portadoras de doenças contagiosas
- Evitar contato com animais
- Manter a casa sempre limpa e arejada
- Evitar ambientes fechados e com aglomeração de pessoas
- Lavar as mãos antes e após usar o banheiro, antes de se alimentar e depois de chegar em casa
- Seguir a dieta orientada pelo seu médico
- Evitar ganho excessivo de peso
- Não consumir alimentos preparados em lugares desconhecidos
- Fazer exercícios físicos após liberação do seu médico
- Parar de fumar, evitar consumir bebidas alcóolicas
- Utilizar todos os dias protetor solar nas áreas expostas ao sol
- Nunca deixar de usar as medicações imunossupressoras
- Qualquer medicamento prescrito por outro médico, perguntar antes a equipe de transplante se pode usar. Muitas medicações apresentam interações com os imunossupressores.
- ATENÇÃO: qualquer sintoma diferente do habitual deve ser comunicado ao médico
- Como é a vida após o Transplante Renal ?
Uma das grandes vantagens do transplante é que o paciente terá uma qualidade de vida melhor, não precisará mais ir a clínica de hemodiálise 3 vezes por semana e não terá tantas restrições na dieta como na época da diálise.
Após o transplante, apesar das recomendações e exigências médicas, o paciente poderá levar uma vida normal. Gradativamente, poderá retornar ao trabalho e a suas atividades cotidianas.
O transplantado deverá comparecer as consultas médicas semanalmente no 1o mês, depois a cada 15 dias e a partir do 3o mês as consultas serão mensais até completar 1 ano. Após esse período, o intervalo entre os retornos ficará mais longo.
A cicatrização total da ferida operatória ocorre em 6 a 8 semanas. Portanto, nos primeiros meses deve-se evitar grandes esforços físicos para que ocorra uma boa cicatrização.
Após esse período, é aconselhável iniciar atividades físicas com moderação, evitando esportes traumáticos como futebol e lutas. Caminhada, bicicleta e natação são ótimas opções de exercícios. Comunique seu médico se sentir qualquer sintoma durante o exercício!
Quanto à atividade sexual, está liberada após 6 a 8 semanas do transplante. No caso das mulheres em idade fértil, deverá ser iniciado um método anticoncepcional pois as gestações são desaconselhadas no 1o ano após o transplante.
- Confira aqui as orientações nutricionais para o transplantado
A dieta para pacientes transplantados é menos rigorosa do que aquela indicada para pacientes em diálise, principalmente com relação aos líquidos, que podem ser ingeridos a vontade após o transplante. Confira abaixo algumas orientações nutricionais:
- Beber líquidos a vontade, principalmente água mineral e sucos naturais. Não ingerir água da torneira.
- Usar pouco sal no preparo dos alimentos e evitar aqueles que contêm muito sal como temperos prontos, embutidos, enlatados e aperitivos
- Ingerir pouco açúcar, alguns imunossupressores causam diabetes
- Evitar alimentos gordurosos, alguns imunossupressores tendem a aumentar os níveis de colesterol no sangue
- Reduzir o consumo de carnes vermelhas, preferir as carnes brancas
- Lavar bem os alimentos antes de cozinhá-los
- Consumir verduras a vontade
- Deixar as verduras de molho por 10 minutos em 2 litros de água com 20 gotas de hipoclorito de sódio (água sanitária)
- Preferir os alimentos integrais (arroz, macarrão, pão, …)
- Ingerir frutas diariamente, lavar bem antes de consumir. Se for diabético, dê preferência àquelas frutas com menos calorias.
- NUNCA ingerir alimentos crus como carnes, peixes, mariscos, ovos
- Preparar a comida um pouco antes de ingerir, tente não reaquecer os alimentos
- Guardar os alimentos em geladeira apenas por 24 horas
- Consumir bebidas em até 24 horas após abertas, mantendo-as na geladeira
- Conheça as complicações após o Transplante Renal
Como o rim transplantado é considerado um órgão estranho dentro do corpo, nosso sistema imunológico tenta combatê-lo continuamente. Por isso, todo paciente transplantado deve usar medicações imunossupressoras pelo resto da vida.
Estes medicamentos reduzem a atividade do sistema imunológico para que ele não destrua o rim transplantado. Quando os imunossupressores não conseguem segurar o ataque do sistema imunológico o paciente terá rejeição do órgão.
A rejeição nada mais é do que a invasão de células do sistema imune no rim transplantado, causando inflamação e destruição de células do enxerto. Deve ser diagnosticada o quanto antes, para se iniciar o tratamento o mais rápido possível.
Outra complicação do transplante é que o paciente estará mais susceptível a contrair infecções por causa da imunidade baixa. Isso ocorre principalmente nos 3 primeiros meses após o transplante, período em que a imunidade geralmente se encontra muito reduzida.
Complicações cirúrgicas também podem ocorrer após o transplante, veja aqui as principais:
- Trombose de artéria ou veia renal: um coágulo entope a artéria ou a veia, prejudicando a circulação de sangue dentro do rim
- Linfocele: acúmulo de linfa próximo ao rim transplantado
- Hematoma: coleção de sangue próxima ao rim
- Estenose de artéria renal: estreitamento da artéria que leva sangue ao rim, prejudicando sua irrigação
- Fístula urinária: ocorre quando uma parte do ureter necrosa e começa a vazar urina para dentro do abdome
- Obstrução urinária: entupimento do canal urinário por um coágulo ou cálculo
- Rejeição Aguda – Existe tratamento ?l
Mesmo o paciente fazendo uso regular das medicações imunossupressoras, é possível ocorrer uma rejeição aguda. Mas isso não significa que o paciente perderá o transplante, pois atualmente existem potentes tratamentos contra a rejeição.
O maior risco de rejeição aguda é nos primeiros 3 meses após o transplante, mas ela pode ocorrer a qualquer momento, principalmente se o paciente tiver má aderência ao tratamento com imunossupressores.
O diagnóstico de rejeição é feito na maioria dos casos através do aumento da creatinina, geralmente o paciente está assintomático. Daí a importância de comparecer regularmente as consultas e coletar os exames de rotina.
Diante de uma elevação da creatinina sem outras causas aparentes, o paciente será submetido a uma biópsia renal, exame que confirmará o diagnóstico de rejeição.
O tratamento de uma rejeição é considerado uma urgência médica e deverá ser iniciado o quanto antes, para evitar que o rim fique com sequelas.
- Não precisarei mais de diálise após o transplante ?
Se o rim funcionar logo após o transplante, o paciente não precisará mais de diálise. Porém, em alguns casos, principalmente naqueles com doador falecido, o rim demora para começar a funcionar, então poderá haver necessidade de diálise provisoriamente nesse período.
Eventualmente, o rim transplantado poderá sofrer alguma agressão como uma infecção urinária ou rejeição, e evoluir com piora da função renal e necessidade de hemodiálise. Na maioria das vezes esse quadro é reversível.
- O rim transplantado dura para sempre ??
Existem pacientes cujo rim durou muitos anos (mais de 20 anos) e tem aqueles que perderam o rim em pouco tempo. A sobrevida de um rim transplantado dependerá de fatores relacionados tanto ao doador quanto ao receptor.
De um modo geral, rins de doadores vivos possuem uma tendência a durar mais do que de doadores falecidos. Mas deve-se considerar também as características do doador, por exemplo, um rim de doador falecido de 20 anos de idade pode durar mais do que um rim de doador vivo de 60 anos.
A compatibilidade HLA entre doador e receptor também é um fator importante para se estimar a sobrevida de um rim transplantado. Quanto maior a compatibilidade, maiores serão as chances desse rim funcionar por mais tempo.
As intercorrências que o paciente apresenta ao longo da vida do enxerto também influenciam na duração do rim. Transplantados que tiveram rejeições ou infecções graves possuem uma menor sobrevida de seu rim do que aqueles que não apresentaram.
Enfim, não existe uma fórmula para calcular o quanto que o rim transplantado vai durar. Mas podemos afirmar que uma boa aderência ao tratamento imunossupressor, assiduidade nas consultas e seguir as recomendações médicas ajudarão a prolongar a sobrevida do enxerto.
- Gestação e Transplante
Após o transplante, a maioria das mulheres retoma normalmente o ciclo menstrual, o que torna a gravidez mais fácil comparando com o período de diálise.
Recomenda-se aguardar pelo menos um ano após o transplante para engravidar, mesmo que o rim esteja funcionando bem.
O médico da equipe de transplante deverá ficar sabendo do desejo de gravidez, pois alguns imunossupressores devem ser trocados antes que a gestação ocorra.
Como método anticoncepcional deve-se evitar o DIU (dispositivo intra-uterino) por aumentar o risco de uma infecção uterina. Converse com seu médico para decidir qual é o melhor método no seu caso.